sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jornalista promove Curso de Capacitação a Lideranças Comunitárias da Zona Oeste

A Jornalista Joelina (C) e lideranças da Zona Oeste

A Cidade de Deus, em Jacarepaguá, é a primeira comunidade que recebeu nesta quinta (26) a Jornalista Joelina Cândida Alves e técnicos da Organização de Articulação Social (OAS). Os profissionais levaram capacitação a líderes comunitários daquela região, visando fomentar projetos de desenvolvimento sustentável para os moradores.
A capacitação, liderada pela Jornalista, é itinerante e acontece das de Segunda a Sexta das 8h às 17h, em diversos locais da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O curso atenderá 100 lideranças, representantes de organizações sociais inseridos nos seguimentos de jovens, trabalhadores rurais, profissionais liberais e mulheres dentre outros.
No encontro, as lideranças tem a oportunidade de participar de oficina, com temas voltados ao desenvolvimento sustentável local, papel do líder comunitário e composição de comissões provisórias de movimentos sociais.
Além de Jacarepaguá, o grupo pretende capacitar em torno de 100 lideranças comunitárias de Campo Grande, Barra da Tijuca, Guaratiba, Realengo e Santa Cruz.
No próximo dia 30, será a vez de outras comunidades da Zona Oeste, como: Anil, Camorim, Colônia, Jardim Sulacap, Curicica, Deodoro, Freguesia, Gardênia Azul, Praça Seca, Tanque, Taquara e Vila Valqueire a participar da capacitação.

A capacitação de lideranças é resultado de um projeto da (OAS) que percorreu, em 2011, 50 bairros da Zona Oeste, para reconhecer as potencialidades e as demandas das comunidades. Nesta oportunidade, foram cadastradas organizações não governamentais (ONGs), entidades e associações de toda a Zona Oeste. O cadastro vai nortear as atividades das entidades durante a capacitação dos líderes.

“Esta é, sem dúvida, uma importante ação, pois tem como principal finalidade a conscientização dos líderes acerca de seu papel transformador na comunidade”, diz Marli Francisca de Araújo, liderança da Cidade de Deus.

O curso quer também orientar os líderes de organizações comunitárias, dos movimentos sociais e de jovens, para regularização e legalização de entidades da sociedade civil organizada. 

As entidades serão orientadas para que passem a ter personalidade jurídica e existam legalmente, podendo efetuar contratos, convênios, parcerias, receber doações e pleitear seus direitos.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Maria Teresinha de Jesus uma Mulher de Esperança promovendo a Paz na Cidade de Deus

Unidas por profunda amizade mulheres da Cidade de Deus, lideradas por Maria Teresinha Justos de Jesus, presidente da ONG OSAMI- Obra Social de Apoio ao Menor e ao Idoso desafiam o ódio, a violência e a fome através dos quatro padrões de Iniciativas de Mudança, (Honestidade, Pureza, Altruísmo e Amor) para construir a paz no Brasil.

Ao lado de tratados e protocolos oficiais, há um modo silencioso de agir, de pessoas que empenham avida para edificar sutilmente, e a partir da base, aquelas redes de amizade, solidariedade e convivência – ou seja, uma cultura de paz e de esperança – que por si só conseguem garantir o domínio de acordos de alto nível.

 São mulheres comprometidas em construir concretamente esperança no seu pacificado bairro, através da opção educativa das novas gerações. Terezinha é católica, 75 anos, nasceu em Poços de Caldas, MG, mãe de quatro filhos e tem quatro netos.


A História de Teresinha

Além de seus filhos é “mãe” de mais de 100 crianças e jovens, num total de 500 famílias, amparadas pela OSAMI, onde buscam uma nova vida depois do abandono ou da violência. Tudo começou em 16 de Julho de 1986, com os primeiros 10 meninos, sem ajuda do governo, mas através do trabalho voluntário.

“Sempre há esperança quando se procura avaliar e sentir o sofrimento do outro. Apesar das dificuldades, encontrei pessoas capazes de construir pontes de compreensão e, com pequenos gestos de amizade, conseguimos dar alívio a tantas tristezas que há nesta Cidade de Deus”, declara Teresinha.

Em 1999 surgia então o projeto da OSAMI Mulheres Criadoras de Paz que funciona dentro e fora da Cidade de Deus. Ele é formado por mulheres, moradores e líderes comunitários, a partir de 18 anos e periodicamente a ONG oferece aulas e capacitação, para que todos possam trabalhar dentro de suas comunidades. O objetivo do grupo é trazer a cultura de paz onde ela se faz necessária.

O projeto veio a partir de uma conferência que Teresinha assistiu em Caux, nos Alpes Suíço e passou a ser multiplicadora deste trabalho no Brasil. E o que é a cultura de paz? É o respeito pelas pessoas, sobretudo no que elas têm de diferentes. É poder estudar e trabalhar, é o direito de sonhar e correr atrás do seu sonho.

Estão entre as atribuições da OSAMI Mulheres Criadoras de Paz participar das atividades de formação cidadã, dialogar e colaborar na organização dos jovens de sua comunidade e atentar para quais são as necessidades dos jovens.

Criadoras de Paz, um programa de Iniciativas de Mudança, é uma rede de trabalho composta por mulheres, que nasceu da convicção de uma política da Tanzânia, Anna Abdallah Msekwa, que viu na abordagem básica de IM uma forma de animar mulheres comuns para assim ser parte da construção da paz na comunidade.

Lançada em 1991, tem reunido mulheres de todo o mundo em conferências e agora também através de encontros conhecidos como ‘Círculos de Criadoras de Paz’.

Aplicando Iniciativas de Mudança em sua vida, a líder comunitária sabe que o perdão e a reconciliação são as palavras mais doces de Deus e as mais salutares para a alma. Em 2009, depois de20 anos de trabalho, Teresinha ganhou nove máquinas novas e uma máquina de lavar, que foram doadas pelo Comitê de funcionários do Banco do Brasil foi fruto de sua participação desde 1989, na Ação Cidadania contra a Miséria, contra a Fome e pela Vida.

Teresinha tinha decidido abrir uma oficina de costura, para gerar renda para as pessoas que trabalham nela, já que o desemprego é um dos maiores problemas do local até hoje. A oficina é montada numa das salas da associação de moradores. 

Diante da necessidade das mulheres de se profissionalizar e gerar renda a OSAMI oferece Curso de Corte e Costura. “Todo o nosso material, como tecido, aviamento e etc. nós pedimos em fabricas desativadas, oficinas e lojas. As pessoas nos doam sucatas,  inclusive de maquinas, que nós consertamos e utilizamos”, disse Teresinha.

Atualmente a OSAMI produz bolsas, com malotes doados pelo Banco do Brasil, que são bordadas, pintadas e vendidas em feiras do Brasil e do Exterior. Todo o produto das vendas é repartido entre as costureiras. “Acreditamos na amizade construída lá atrás para que a violência na Cidade de Deus também acabasse. Agradecemos porque com os quatro padrão aprendeu a amar mais a vida”, acrescenta Teresinha.

Quando as costureiras de Teresinha se apresentam em qualquer parte do mundo, diante de plateias de até 1.200pessoas, provocam coisas extraordinárias. Recentemente, numa feira realizada no Rio Grande do Sul, no final do evento, ainda descalços, sentados no chão, responderam às perguntas sobre a pacificação na Cidade de Deus e causaram grande impacto nos presentes. Teresinha acrescenta: “Quando você transmite o valor tão precioso da vida, como Idem, todas as pessoas que estão ao seu redor são contagiadas”.

E a presidente da OSAMI continua alembrar: “Um dia, uma menina, que tinha perdido dois irmãos vítimas da violência que era a Cidade de Deus, me perguntou como eu conseguia juntar tantas pessoas, de diferentes situações e se não tinha medo?”

E ela respondeu: “De todos os lados existem pessoas que merecem que conversemos que cultivemos amizade; somente assim poderemos vencer todas as formas do mal que estão entristecendo, a infância, a esperança de um futuro, o desejo de viver”.

“Queremos testemunhar a amizade e a busca pela paz”. Com sua experiência em trabalhos sociais Teresinha vem experimentando mudar este mundo, na Cidade de Deus e em todo lugar por onde passa. “Somos mães e educadoras preocupadas com o futuro de nossos filhos e netos. Estamos aqui consolidando a necessidade de paz. Com fé e esperança conseguiremos”, acrescentou.

A Cidade de Deus é um bairro desmembrado de Jacarepaguá oriundo de um conjunto habitacional, situado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Foi construído em 1960 pelo governo do antigo Estado da Guanabara, como parte da política de remoção de favelas de outras áreas da cidade.

Com uma população em torno de 38 mil habitantes, a Cidade de Deus apresenta indicadores sociais entre os mais críticos do Rio de Janeiro, embora situado na vizinhança de bairros nobres da cidade, como Freguesia e Barra da Tijuca.

Os logradouros do bairro têm nomes de personalidades, localidades e fatos da Bíblia Sagrada. Em 2002, o sucesso do filme Cidade de Deus colocou o bairro intensamente nos veículos de comunicação, reforçando o estigma de comunidade violenta e perigosa e favorecendo uma onda de preconceito e discriminação.

“Em nosso trabalho de promover a paz nunca jogamos pedras ou destratamos alguém, principalmente os que estavam fora da lei. Entendemos que eles não pediram para serem assim.” Encerrou Teresinha.

domingo, 8 de julho de 2012

IdeM Brasil se Despede e Homenageia Evelyn Anny Fils Puig

EVELYN ANNY FILS PUIG
*4 de Novembro de 1926
+6 de Julho de 2012

A história de Evelyn Anny Fils Puig já fala por ela. Mulher forte e de luta, exemplo de honestidade e de bravura acima de tudo, era referência mundial para IdeM. O Brasil todo a nação, está de luto por sua partida. Evelyn nasceu 04 de novembro de 1926, em Viena, Áustria, e se foi no dia 06 de julho de 2012, no Rio de Janeiro, Brasil. Autora de um livro, “Chico o Menino de “Chico o Menino de Ruas”, (Editora IdeM 1984).



Evelyn Puig (Como era mais conhecida) teve relevante papel de incentivo à cultura e apoiava projetos sociais voltados aos menos favorecidos em comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro. Colaborou de forma incansável para difundir IdeM no Brasil e aproximar as diferentes culturas e pessoas, sempre levando uma mensagem de tolerância e de paz. A forma dedicada com que tratava a todos ficará registrada na memória de todos. 
Segundo seu filho Daniel “O arco que sua vida construiu por muitas outras cidades, angariou centenas de amigos, em quem ela pensava sempre, com muito carinho. Dedicou sua vida a um trabalho incansável, por modificar alguma coisa da natureza humana. Sabia ouvir, compreender e amar. Evelyn, sem dúvida, deixou um rastro de luz por todos os lugares por onde passou. Me recordo sempre com um sorriso, mãe, e com teu carinho,” lembrou com saudades. 
Com Luis Puig viveu uma eterna história de amor. Evelyn foi uma pessoa de opiniões firmes e de uma sinceridade inesperada. Em seus últimos 50 anos de vida, Evelyn, se dedicou com amor ao próximo juntamente com seu marido Luis Puig. No Brasil Evelyn tinha o hábito de fazer reuniões de mulheres, para angariar fundos que serviam para alguma atividade de IdeM. Outra atividade de Evelyn era o de reunir crianças e jovens para lhe ensinar a língua inglesa.
Querida amiga Evelyn. E no meio dessa confusão você partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um grande evento – uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a um outro evento. 
É melhor pensar que a última vez que nos encontramos nos curtimos muito. Depois apenas aconteceu que não nos encontramos mais. Nós não nos despedimos, a vida é que nos despediu, cada um para seu lado, sem glória nem pensamentos tristes.
Acreditamos que será permitido guardar uma leve tristeza e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será triste dizer que a separação, ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso e uma grande saudade. 
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram nas vidas das pessoas que contigo conviveram; que a lembrança deles se faz sentir maior a solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz; que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso sonho? 
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles nos vierem os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras – com flores e cantos. O inverno que nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro, como dois bonecos na mão de um timoneiro inábil. 
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo, Adeus. 
Um dia um homem que acreditava na vida após a morte, e que valorizava o ser mais que o ter, hospedou-se na casa de um materialista convicto, em bela mansão de uma cidade europeia. Depois da ceia, o anfitrião convidou o hóspede para visitar sua galeria de artes e começou a enaltecer os bens materiais que possuía, de maneira soberba. 
Falou que o homem vale pelo que possui, pelo patrimônio que consegue acumular durante a sua vida na terra. Exibiu escrituras de propriedades as mais variadas, joias, títulos, valores diversos. Depois de ouvir e observar tudo calmamente, o hóspede falou da sua convicção de que os bens da terra não nos pertencem de fato, e que mais cedo ou mais tarde teremos que deixa-los. 
Argumentou que os verdadeiros valores são as conquistas intelectuais e morais e não as posses terrenas, sempre passageiras. No entanto, o materialista falou com arrogância que era o verdadeiro dono de tudo aquilo e que não havia ninguém no mundo capaz de provar que todos aqueles bens não lhe pertenciam. 
Diante de tanta teimosia, o hóspede propôs-lhe um acordo; - Já que é assim, voltaremos a falar do assunto daqui a cinquenta anos, está bem? – Ora, disse o dono da casa, daqui a cinquenta anos nós já estaremos mortos, pois ambos já temos mais de sessenta e cinco anos de idade!
O hóspede respondeu prontamente: - É por isso mesmo que poderemos discutir o assunto com mais segurança, pois só então você entenderá que tudo isso passou pelas suas mãos mas, na verdade, nada disso lhe pertence de fato. Chegará um dia em que você terá que deixar todas as posses materiais e partir, levando consigo somente suas verdadeiras conquistas, que são as virtudes do espírito imortal.
E só então você poderá avaliar se é verdadeiramente rico ou não. O homem materialista ficou contemplando as obras de arte ostentadas nas paredes de sua galeria, e uma sombra de dúvida pairou sobre seu olhar, antes tão seguro. E uma voz silenciosa, íntima, lhe perguntava: - Que diferença fará, daqui há cem anos, se você morou em uma mansão ou num casebre? 
- Se comprou roupas em lojas sofisticadas ou num bazar beneficente? – Se bebeu em taças de cristal ou numa concha de barro? – Se comeu em pratos finos ou numa simples marmita? – Se pisou em tapetes caros ou sobre o chão batido? – Se teve grande reserva financeira ou viveu com um salário mínimo? – Que diferença isso fará daqui há cem anos? Absolutamente nenhuma! No entanto, o que você fizer do seu tempo na terra, fará muita diferença em sua vida, não só daqui há cem anos, mas por toda a eternidade. 
Morre lentamente quem não troca de ideias. Não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todo o das o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir cor nova, não dá conversa para quem não conhece. 
A morte é além de cruzar o mundo, como amigos fazem nos mares; vivem dentro um do outro. Para eles as necessidades devem estar presentes, esse amor é viver naquele que é Onipotente. Neste  vidro/espelho, se veem cara a cara; e suas conversas são livres, assim como puras. Este é o conforto dos amigos, que pensavam que poderiam morrer, ainda sua amizade e sociedade são, no melhor do sentido, sempre presente, porque é imortal. 
A morte não é tudo. Não é o final. A Evelyn passou apenas para a sala seguinte. Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Ela é ela e você é você, e a antiga vida que você vive tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro permanece intocada. O que quer que tenhamos sido um para o  outro, ainda somos. Deixe que o seu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Brinque, sorria, pense nela e reze por ela. 
Evelyn vá com Deus e, onde estiveres agora, que nossos sentimentos mais profundos te alcancem, confrontando-te e acompanhando teu espírito, preparando-te para novas viagens que se descortinarão pela frente. A Paz do Senhor fique contigo. Um beijo, saudades, seus familiares e amigos.

sábado, 7 de julho de 2012

IdeM Internacional - Uma Estrutura para uma Ação Comum

Com a finalidade de conectar os efetivos trabalhos de base em andamento em diversas partes do mundo, com uma visão global, mais clara e compartilhada, chegam ao Brasil Lorne Braun, Fabiola Benevente e Killy Sanches, representando o Conselho Internacional de IdeM. A instituição percorre o mundo convidando indivíduos e equipes, para que encontrem maneiras de se trabalhar com mais eficiência e conectados com a base, em Caux, Suíça.

O encontro se deu no Sítio São Luiz, em Petrópolis e reuniu integrantes de IdeM Brasil, que falaram de suas ações e de planos para o futuro. Os visitantes tiveram a chance de conhecer as ações desenvolvidas por aqui e escutaram os passos do grupo em escala local e global.

IdeM está vivendo um momento diferenciado no que diz respeito a relação das ações globais e locais. Em debate e consultas em diferentes níveis, IdeM Internacional está organizando uma “Estrutura para uma Ação Comum”, documento que reúne o que é, o que faz, no que acredita e onde quer chegar.

Se por um lado o assunto parece distante por ser internacional, por outro significa se tomar responsabilidade, pois tudo isso estará ligado ao que se faz e se acredita, aqui no Brasil. IdeM quer inspirar, equipar e conectar pessoas a viver na integridade e semear a confiança necessária para responder aos desafios do mundo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Malcolm Roberts e a Experiência Bem Sucedida em Sustentabilidade vinda do Alaska para a Rio + 20

Luis Puig (E) Malcolm Roberts (C) Wanderley Assis (D) André Agra (D)

A oportunidade da Rio + 20 de oferecer políticas de transformação que acelere a sustentabilidade em todo o planeta trouxe até o Brasil Malcolm Roberts, integrante de IdeM, no Alaska e seu filho Bret Roberts (Ator de Hollywood), que  relataram experiências bem sucedidas com os índios do Rio Yukon.

Para recebê-los, a equipe de IdeM Brasil se reuniu em um restaurante da Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi uma noite maravilhosa a noite de intercâmbio cultural que tivemos. Como não poderia faltar, fizemos um lanchinho básico, simplesmente maravilhoso. Ficamos felizes e agradecemos a visita.

Malcolm e Bret vieram ao Brasil participar da Rio + 20 representando o governo de Anchorage, no Alaska e também uma ONG local, onde trabalham com sustentabilidade, junto aos povos indígenas que vivem a beira do Rio Yucon, num projeto semelhante ao que é desenvolvido aqui no Brasil nos rios da Amazônia.

Para Malcolm, trabalhar com sustentabilidade é plantar um presente que garanta a subsistência das novas gerações, num planeta que pede socorro e se esquece a cada dia. Melhor que plantar árvores, despoluir rios, proteger animais é semear a consciência de que a garantia da vida é respeitar as fronteiras da natureza.

Segundo Malcolm, o Rio Yucon é um poema e para entendê-lo é preciso saber um pouco de sua história e das características do lugar em que está situado. O Yucon fica no noroeste do Canadá, na divisa com o Alaska. A região central do território é um platô banhado pelo rio e cercado pelas montanhas mais altas e espetaculares da América do Norte. A temperatura do lugar pode variar entre 35ºC no verão e -51º (graus negativos).

Em 1870 foi descoberto ouro num dos afluentes do rio Yucon, o que provocou a ida de garimpeiros, comerciantes e de um destacamento da Polícia Montada canadense. O auge dessa corrida do ouro foi 1989 quando foram descobertos ricos depósitos do metal no riacho Bonanza, afluente do Rio Klondike.

O grande afluxo de pessoas para aquela região fez surgir a cidade de Dawson, que chegou a ter 30 mil habitantes na época. A corrida do ouro durou pouco em 1900. A maioria dos garimpeiros individuais já havia sido substituída por grandes companhias mineradoras. A população caiu de 27 mil habitantes em 1901, para 5 mil em 1911.

Malcolm Roberts e seu filho  Bret Roberts
Foram extraídas enormes quantidades de ouro, prata, chumbo e outros minerais no território de Yucon, e ainda vastos reservas não explorada. Após o garimpo a destruição de todo o leito e o fundo do rio. Depois de total devastação coube aos índios que vivem ao redor do rio a sua recuperação.

Em 2010, um novo acordo foi firmado com o Governo Federal daquele país, que gera USD 14 milhões anuais para os empreendedores indígenas. Há quase 60 anos eles não tinham nada, apenas plantavam, caçavam, pescavam e eram pobres.

Hoje, Yucon vive do turismo e aproximadamente 50% da receita do orçamento é gerada por impostos estaduais, e de royalties, especialmente da extração de petróleo. O restante vem de verbas recebidas do governo federal e de empréstimos. O estado não cobra imposto de renda de seus habitantes, nem imposto de venda, graças aos fundos provenientes dos royalties.