domingo, 18 de novembro de 2012

Claudinha e Betina Bicampeãs Brasileiras de Vôlei de Praia em Saquarema

Medalha Histórica - A dupla Claudinha e Betina, duas das maiores atletas do vôlei de praia 50+ foram homenageadas neste fim de semana, depois da conquista do bicampeonato, ao vencerem a oitava edição do Campeonato Brasileiro de Vôlei Master, que aconteceu no último fim de semana, em Saquarema, Rio de Janeiro.

Foram seis dias de competição e cerca de 1.800 participantes. Na final, Claudinha e Betina venceram a dupla Denise e Soninha, de Niterói, pela segunda vez, já que tinham vencido esta dupla na fase classificatória.

Pelas mãos experientes e sujas de areia, a dupla Claudinha e Betina foi o centro das atenções em Saquarema, ao conquistarem o bicampeonato da categoria. Aí foi só subir no lugar mais alto do pódio e ainda escutar a música: “We are the Champion”, disse Claudinha. Para a atleta tudo isso não tem preço. “E ter um final tão emocionante também não”, complementou.
A dupla Claudinha e Betina chegaram a Saquarema no auge de uma bem-sucedida carreira na areia. Elas se transformaram em rainhas das praias do Rio de Janeiro. Estas mulheres vitoriosas é um retrato do avanço do sexo feminino no esporte do Brasil. 
Nem tudo foi fácil na competição para esta dupla dinâmica. O dia da prova amanheceu com um nevoeiro horrível, muito frio e ainda choviscava fininho de vez em quando. Aliás os quatro dias (10,11,12 e 13 de novembro) de campeonato foram sempre com um tempo diferente. Elas não começaram bem. Mas a responsabilidade de fazer “bonito” era grande. Claudinha e Betina sabiam que não podiam perder. 
No primeiro dia elas perderam os dois primeiros jogos. A frustração foi enorme, pois todos diziam que elas seriam as favoritas. Após esses jogos aconteceu uma coisa muito especial. A Claudinha recebeu uma mensagem de uma aluna sua de ginástica, da Vila Olímpica de Jacarepaguá, Ozenilde, que dizia o seguinte:

"Nunca deixe que seus sonhos morram. É melhor arriscar e alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se, do que formar fila com os medíocres que não curtem, nem sofrem, porque vivem nessa penumbra cinzenta que desconhece vitória e derrota". A mensagem chegou na hora certa. Motivação era tudo o que a Claudinha precisava naquele momento.

O texto falava também que quando tudo parece perdido precisamos de um milagre e precisamos acreditar e pedir à Jesus, que as pessoas não conseguem pois não creem. Ele ouve o coração sincero. Chegou na hora certa. Claudinha leu para a Betina e aquilo foi a "força" que precisavam. 

Depois disso a dupla ganhou todos os jogos dos três dias de classificação e passaram para a final do dia 13/11. Perderam o primeiro set de 21 x 17 e a sensação de que tudo estava perdido veio novamente. 
Nesse momento apareceu um "anjo", um amigo de infância da Claudinha, o Hércules, que atuou como nosso técnico dando todas as dicas para que virassem aquele jogo. E foi o que aconteceu. Ganharam o segundo set de 21 x 18 e foram para o tie-break que é um set mais curto de 15 pontos. Fecharam em 15 x 8, apesar do placar o jogo foi muito tenso e emocionante. Cada ponto era sofrido e olhar para o placar fazia pensar em quantos pontos que separavam a dupla do "ouro".

Quando Claudinha atacou a última bola e ela caiu entre as duas adversárias desabou de joelhos na quadra e a Betina se abraçou com ela. Aí fugiram do protocolo que seria cumprimentar a outra dupla, pois não paravam de chorar e não conseguiam se levantar.

A dupla adversária é que veio para Claudinha e Betina e, numa atitude fora de série as abraçou e comemoraram todas juntas. Na primeira edição do campeonato brasileiro de vôlei de praia master realizado em Saquarema em 2010, Claudinha com a Cynthia e também ganhou o ouro.

Em 2011 ela perdeu a final e ficou com o gostinho amargo da prata, pois o último jogo foi uma derrota. Em 2012 a Claudinha, mulher guerreira, foi jogar com a Betina, pois sua dupla estava machucada.

“Nós duas adoramos uma praia, mas tem que ter vôlei”. Apesar da baixa estatura, somos muito "fominhas" e "abusadas". No ano que vem tem o mundial em Turim, na Itália. “Mas isso requer um investimento muito grande e não paramos para pensar no assunto”, lembrou Claudinha.  

Treinaram apenas duas vezes juntas em Copacabana, no Rio de Janeiro, jogando contra homens.  E apesar de serem a dupla mais baixa de todo o campeonato a parceria deu certo. No jogo de dupla de praia, principalmente máster, a velocidade na areia, a experiência e a malandragem superam fatores como altura que na quadra é primordial. 
“Por enquanto estamos curtindo "os louros" dessa conquista que sem sombra de dúvida foi a mais importante e emocionante nas nossas carreiras de jogadoras de vôlei. Ainda tenho muitos sonhos para realizar na minha vida e um deles além de subir no lugar mais alto, é ouvir o Hino do Brasil. Mas isto é outra história”, Encerrou Claudinha, emocionada.

2 comentários:

  1. um exemplo... emocionante...pela garra, pela força, pelo sonho, pela conquista, parabens a dupla e tambem parabens Claudia, pela atleta, pela profissional,pela pessoa e pela amiga...
    voce é campea, bi... no volei e em nossos coraçoes
    Cecila

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  2. Parabéns a dupla e em especial à minha amiga Claudinha! Quanto à aluna/repórter, é com muita alegria que constato, mais uma vez, o valor existente dentre os que, semanalmente, desfrutam de momentos agradáveis naquela que é a melhor Vila Olímpica do Rio! Por isso que faço questão de enfatizar a necessidade de respeitarmos quem quer que seja, pois, muitas vezes, por trás de uma suposta simplicidade, encontramos pessoas maravilhosas e talentosas que estão em nosso convívio diário. Parabéns meninas!!!

    Prof. Iuri Furtado.

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