Medalha Histórica - A dupla Claudinha e Betina, duas das maiores
atletas do vôlei de praia 50+ foram homenageadas neste fim de semana, depois da
conquista do bicampeonato, ao vencerem a oitava edição do Campeonato Brasileiro
de Vôlei Master, que aconteceu no último fim de semana, em Saquarema, Rio de
Janeiro.
Foram seis dias de competição e cerca de 1.800
participantes. Na final, Claudinha e Betina venceram a dupla Denise e Soninha,
de Niterói, pela segunda vez, já que tinham vencido esta dupla na fase
classificatória.
Pelas mãos experientes e sujas de areia, a dupla
Claudinha e Betina foi o centro das atenções em Saquarema, ao conquistarem o
bicampeonato da categoria. Aí foi só subir no lugar mais alto do pódio e ainda
escutar a música: “We are the Champion”, disse Claudinha. Para a atleta tudo
isso não tem preço. “E ter um final tão emocionante também não”, complementou.
A dupla Claudinha e Betina chegaram a Saquarema
no auge de uma bem-sucedida carreira na areia. Elas se transformaram em rainhas
das praias do Rio de Janeiro. Estas mulheres vitoriosas é um retrato do avanço
do sexo feminino no esporte do Brasil.
Nem tudo foi fácil na competição para esta dupla dinâmica.
O dia da prova amanheceu com um nevoeiro horrível, muito frio e ainda
choviscava fininho de vez em quando. Aliás os quatro dias (10,11,12 e 13 de
novembro) de campeonato foram sempre com um tempo diferente. Elas não começaram
bem. Mas a responsabilidade de fazer “bonito” era grande. Claudinha e Betina
sabiam que não podiam perder.
No
primeiro dia elas perderam os dois primeiros jogos. A frustração foi enorme,
pois todos diziam que elas seriam as favoritas. Após esses jogos aconteceu uma
coisa muito especial. A Claudinha recebeu uma mensagem de uma aluna sua de ginástica,
da Vila Olímpica de Jacarepaguá, Ozenilde, que dizia o seguinte:
"Nunca
deixe que seus sonhos morram. É melhor arriscar e alcançar triunfos e glórias,
mesmo expondo-se, do que formar fila com os medíocres que não curtem, nem
sofrem, porque vivem nessa penumbra cinzenta que desconhece vitória e
derrota". A mensagem chegou na hora certa. Motivação era tudo o que a
Claudinha precisava naquele momento.
O texto falava também que quando tudo parece perdido
precisamos de um milagre e precisamos acreditar e pedir à Jesus, que as pessoas
não conseguem pois não creem. Ele ouve o coração sincero. Chegou na hora certa.
Claudinha leu para a Betina e aquilo foi a "força" que precisavam.
Depois disso a dupla ganhou todos os jogos dos três dias
de classificação e passaram para a final do dia 13/11. Perderam o primeiro set
de 21 x 17 e a sensação de que tudo estava perdido veio novamente.
Nesse
momento apareceu um "anjo", um amigo de infância da Claudinha, o
Hércules, que atuou como nosso técnico dando todas as dicas para que virassem
aquele jogo. E foi o que aconteceu. Ganharam o segundo set de 21 x 18 e foram
para o tie-break que é um set mais
curto de 15 pontos. Fecharam em 15 x 8, apesar do placar o jogo foi muito tenso
e emocionante. Cada ponto era sofrido e olhar para o placar fazia pensar em
quantos pontos que separavam a dupla do "ouro".
Quando
Claudinha atacou a última bola e ela caiu entre as duas adversárias desabou de
joelhos na quadra e a Betina se abraçou com ela. Aí fugiram do protocolo que
seria cumprimentar a outra dupla, pois não paravam de chorar e não conseguiam
se levantar.
A
dupla adversária é que veio para Claudinha e Betina e, numa atitude fora de
série as abraçou e comemoraram todas juntas. Na
primeira edição do campeonato brasileiro de vôlei de praia master realizado em
Saquarema em 2010, Claudinha com a Cynthia e também ganhou o ouro.
Em
2011 ela perdeu a final e ficou com o gostinho amargo da prata, pois o último
jogo foi uma derrota. Em 2012 a Claudinha, mulher guerreira, foi jogar com a
Betina, pois sua dupla estava machucada.
“Nós
duas adoramos uma praia, mas tem que ter vôlei”. Apesar da baixa estatura,
somos muito "fominhas" e "abusadas". No
ano que vem tem o mundial em Turim, na Itália. “Mas isso requer um investimento
muito grande e não paramos para pensar no assunto”, lembrou Claudinha.
Treinaram apenas duas vezes juntas em Copacabana, no
Rio de Janeiro, jogando contra homens. E
apesar de serem a dupla mais baixa de todo o campeonato a parceria deu certo.
No jogo de dupla de praia, principalmente máster, a velocidade na areia, a
experiência e a malandragem superam fatores como altura que na quadra é
primordial.
“Por enquanto estamos curtindo "os louros"
dessa conquista que sem sombra de dúvida foi a mais importante e emocionante
nas nossas carreiras de jogadoras de vôlei. Ainda tenho muitos
sonhos para realizar na minha vida e um deles além de subir no lugar mais alto,
é ouvir o Hino do Brasil. Mas isto é outra história”, Encerrou Claudinha,
emocionada.
um exemplo... emocionante...pela garra, pela força, pelo sonho, pela conquista, parabens a dupla e tambem parabens Claudia, pela atleta, pela profissional,pela pessoa e pela amiga...
ResponderExcluirvoce é campea, bi... no volei e em nossos coraçoes
Cecila
Parabéns a dupla e em especial à minha amiga Claudinha! Quanto à aluna/repórter, é com muita alegria que constato, mais uma vez, o valor existente dentre os que, semanalmente, desfrutam de momentos agradáveis naquela que é a melhor Vila Olímpica do Rio! Por isso que faço questão de enfatizar a necessidade de respeitarmos quem quer que seja, pois, muitas vezes, por trás de uma suposta simplicidade, encontramos pessoas maravilhosas e talentosas que estão em nosso convívio diário. Parabéns meninas!!!
ResponderExcluirProf. Iuri Furtado.