Com o Grupo Cultural "Filhos de Gandhi" Rajmohan presta homenagem a seu avô Mahatma Gandhi, na Cinelândia, Rio de Janeiro.

Estátua de Mahatma Gandhi

Foi para homenagear Mohandas Karanchad Gandhi que o escultor hindu Sankho Chanduri construiu o monumento, em 1949. Mais conhecido como Mahatma Gandhi (“Mahatma”, do sânscrito “A Grande Alma”), o homenageado ajudou a libertar a Índia do governo britânico, inspirando diversos povos coloniais a trabalhar pela própria independência.

Sr. Wanderley Assis, Rajmohan Gandhi e Carlos Machado (Associação Recreativa Cultural Afoxé Filhos de Gandhi-RJ)

Gandhi é também um grande defensor do Satyagraha, freqüentemente traduzido como “caminho da verdade” ou “força da verdade”, forma não-violenta de protesto. Mahatma afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença hindu: não violência e verdade. Sua ideologia inspirou ativistas democráticos e anti-racistas como Martin Luther King e Nelson Mandela.

Rajmohan Gandhi e sua esposa Usha

Era visível a emoção de Rajmohan Gandhi, na homenagem que prestou a seu avô Mahatma Gandhi, na Cinelândia, Rio de Janeiro. A Sra. Mallika Rajagopa, da Índia, confeccionou a guirlanda de flores naturais, que Rajmohan e sua esposa Usha depositaram na estátua de Gandhi.

Após a emancipação da Índia em 15 de agosto de 1947, dedicou-se à união do povo de seu país. Jejuou varias vezes, na obtenção da paz entre os muçulmanos e hindus. Quando dirigia preces públicas em Nova Delhi, foi assassinado por um fanático a 31 de janeiro de 1948. Seu corpo foi cremado e as cinzas lançadas no rio Ganges.Sua ação intensa, profícua e dedicada, granjeou-lhe o título de Unificador e Pacificador do Povo Indiano.

O presidente de IdeM Brasil, Sr. Wanderley Assis e sua equipe, juntamente com autoridades civis, militares e eclesiásticas estiveram presentes ao evento e saudaram os ilustres visitantes.

O Embaixador da Índia no Brasil, Sr. Sachedeva foi abraçar Rajmohan Gandhi

Sempre apoiando, desenvolvendo, gerando e preservando a cultura afro-brasileira; através da música, da arte e da cultura.  Os Filhos de Gandhi buscam cada vez mais se integrar nas multi-manifestações da cultura popular brasileira.

Carlos Mchado fala da satisfação de participar do evento ediz um pouco da trajetória do grupo. "Temos dança, musica afro,musica popular regional e MPB, passeios, palestras, eventos artísticos e culturais, desfiles carnavalescos,apresentações contratadas, shows e muitas outras expressões da arte afro-brasileira".

Bloco Afro Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro

Os Filhos de Gandhi são inspirados nos princípios de não violência e paz de Matahma Gandhi, o bloco traz a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua Torubá. Utilizaram lençóis e toalhas brancos como fantasia, para simbolizar as vestes indianas.

Sr. Wanderley Assis (Presidente de IdeM Brasil) e Rajmohan Gandhi (Presidente de IdeM Internacional)

Tradicionalmente a 'fantasia'  dos Filhos de Gandhi contém, além do turbante e das vestimentas, um perfume de alfazena e colares azul e branco. Os colares já são conhecidos tradicionalmente por "colar dos filhos de Ghandy", que são oferecidos para os admiradores como forma de desejar-lhes paz durante o carnaval e ao longo do ano.

Sr. Carlos Machado (Presidente dos Filhos de Gandhi)

“Os Filhos de Gandhi têm enorme importância para as religiões afro-brasileiras no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Somos os detentores, mantenedores e difusores de toda a cultura afro-brasileira na Região Sudeste”, diz Carlos Machado.

Público e Autoridades

As cores dos colares dos Filhos de Gandhi é um referencial de paz e o afoxé enfoca Oxalá, que é o Oroxá maior. O branco e o azul intercalados é o fio-de-contas do Oxalá menino, o Oxaguiam, que correspondem: o branco a Oxalufon  seu pai e o azul a Ogum de quem é inseparável; as contas são amuletos da sorte. E cada um usa de acordo com a indumentária, da maneira que se achar elegante, não existe quantidade fixa de contas para cada colar, nem quantos colares se deve usar.

O uso de bebida alcoólica também é proibido, por ir de encontro aos ideais de paz que inspiraram a criação do bloco.

Letra da Música Filhos de Ghandi

De Clara Nunes

Filhos de Gandhi
Badauê
Ilê Alê
Malê de Balê
Ojú Obá

Tem um mistério
Que bate no coração
Força de uma canção (2x)
Que tem o dom
De encantar

Seu brilho
Parece o Sol derramado
Um céu prateado
Um mar de estrelas

Revela a leveza

De um povo sofrido
De rara beleza
Que vive cantando
Profunda grandeza

A sua riqueza

Vem lá do passado
De lá do congado
Eu tenho certeza

Filhas de Gandhi

Ê povo grande
Ôjuladê
Catendê
Babaobá

Netos de Gandhi

Povo de Zambi
Traz pra você
Um novo som
Ijexá

Filhas de Gandi...

Filhos de Gandi
Badauê
Ilê Alê
Malê de Balê

Oju Obá

Tem um mistério
Que bate no coração
Força de uma canção (2x)
Que tem do dom

De encantar

Seu brilho
Parece o Sol derramado
Um céu prateado
Um mar de estrelas

Revela a leveza
De um povo sofrido
De rara beleza
Que vive cantando

A imprensa, os intelectuais, os Pais e Mães de Santo, a Igreja Católica, as Escolas de Samba e a sociedade, em geral, sabem da importância em fortalecer e valorizar o Afoxé Filhos de Gandhi”.
Afoxé é uma cultura genuinamente brasileira!

Profunda grandeza

A sua riqueza
Vem lá do passado
De lá do congado
Eu tenho certeza

Filhas de Gandi...

A Jornalista Joelina Cândida Alves (que também ganhou uma guirlanda) (E), Sra. Mallika Rajagopa (India) (C) e Sra Raga Bhumi Devi Dasi (Hare Krishna!) (D).

Filhos de Gandhi Jorge Ben Jor

Omolu, Ogum, Oxum, Oxumaré,
todo o pessoal Manda descer pra ver

Filhos de Gandhi
Iansã, Iemanjá, chama Xangô,
Oxossi também Manda descer pra ver

Filhos de Gandhi Mercador,
Cavaleiro de Bagdá Oh, Filhos de Obá
Manda descer pra ver Filhos de Gandhi

Senhor do Bonfim, faz um favor pra mim
Chama o pessoal
Manda descer pra ver Filhos de Gandhi

Oh, meu Deus do céu, na terra é carnaval
Chama o pessoal
Manda descer pra ver Filhos de Gandhi

Atuando desde 1951, como Bloco Carnavalesco Filhos de Gandhi (nome de criação) o afoxé carioca concentrou um número expressivo de foliões oriundos dos subúrbios bem como grupos residentes na Baixada Fluminense.

A partir da Década de 70 foi permitida a adesão de mulheres nos desfiles, bem como a sua participação no carnaval, diante do improvável, como pôde ser observado no desfile de 1998, que contou com a presença de apenas 6 componentes da velha guarda do bloco.

Expressão de um grupo social, o bloco insistiu como um elemento da tradição carnavalesca circulando entre o sagrado e o profano. Sua estratégia é tentar pensar-se como parte responsável pelo resgate de sua própria história, incluindo uma re-significação da nossa pequena África.

Um dos primeiros blocos afros do Rio de Janeiro. Fundado em 1951, pouco se tem notícias sobre seus idealizadores. Sabe-se, porém, que o fato se deu por iniciativa de trabalhadores da zona do Cais do Porto do Rio de Janeiro, moradores dos bairros, principalmente, Saúde e Gamboa, influenciados e sob orientação de alguns integrantes do Ijexá Filhos de Gandhi, fundado em Salvador em 18 de fevereiro de 1949.